terça-feira, agosto 28, 2007

Ultimatada ou Ultimorta?

Desculpem a minha dúvida, mas estou um pouco confusa com esta situação. Passo a explicar:

Depois de um enorme interregno de escrita, neste blog, da minha pessoa, tenho sentido uma enorme pressão por parte das minhas companheiras incógnitas, para que escreva qualquer coisa. "Nem que seja sobre Paredes de Coura!" "Alguém tem que falar sobre o festival!" Esse alguém sou eu, pelo que já devem ter percebido. Tudo bem, eu falo, neste caso escrevo, sobre "O" Festival de Paredes de Coura. Não é preciso se chatearem mais. Calma, também não é caso para tanto, Eu Já Sou "espero que um pouco mais descansada".

A ideia sobre este post surgiu enquanto ouvia Arcade Fire na Radar, provavelmente a melhor banda do mundo (calma, escrevi "provavelmente") e a melhor rádio, vá lá, da zona de Lisboa. Este ano desejei, mais que tudo, ver os Arcade Fire e ir ao festival de Paredes de Coura. Posso dizer que pedi ao Pai Natal, estes dois presentes no meu sapatinho. Escrevi a carta, com muito cuidado para não borrar, pois foi escrita à mão, nada dessas tecnologias de Words e computadores e impressoras. Ali, escrita pela minha própria pessoa, com todo o meu amor e carinho. Bem, continuando, estou a começar a divagar... Depois de ter fechado a carta e colocado o selo, lembrei-me: Porque não Arcade Fire em Paredes de Coura??? Como me pude esquecer desse pormenor?!?!? Ia ser lindo, o juntar de dois desejos num só, o culminar, o auge, o puro orgasmo. Escrevi no envelope "Errata: Onde se lê "Arcade Fire e Paredes de Coura", deve-se ler "Arcade Fire em Paredes de Coura". Obrigado!"

Mas não foi possível. Tive que apreciar cada momento em separado. Já me estava a imaginar, em Paredes de Coura, a ouvir "Ocean of Noise", quem sabe ao lado de alguém especial, a saltar ao som de "No Cars Go", a gritar a letra de "Tunnels". Engraçado como às vezes não damos valor a pequenos momentos da nossa vida. Não, tem que ser tudo à bruta, como se não houvesse amanhã, em vez de apreciarmos o que estamos a sentir naquele determinado momento, sem pensar no momento seguinte, ouvir, sentir, exprimir, sorrir, cantar, dançar... Tudo a seu tempo, tudo no seu dia, hora, minuto, segundo, até milésimo de segundo.

Apreciei cada momento do concerto de Arcade Fire no SBSR. Voei naquela noite, para bem longe, senti-me nas nuvens, hipnotizada pela melodia. Voei através do espaço e através do tempo, senti-me outra pessoa no final, com um sorriso do tamanho do Mundo. Nada me podia tirar aquela alegria, aquela felicidade imensa, aquela pureza de sentimento, que não é fácil atingir. Arcade Fire foi lindo!

Dia 11 de Agosto, rumei a norte de Portugal, com destino a Paredes de Coura. A viagem foi bastante agradável, com o meu amigo Franjas, que só me dizia "Tu estás mesmo com a pica. Isso é fabuloso!" E estava, completamente eléctrica, desejosa por sentir aquela vibração, que só encontrei ali, naquela vila, naquele festival, naquele ambiente. Senti muita coisa, não parei durante 5 dias, estive a maioria do tempo sob o efeito de alcóol e estupefacientes, mas sempre com um sorriso de quero mais, estou a adorar cada momento, cada minuto do que estou a viver, estou em Paredes de Coura, c*r*lh*!

"We know a place where no planes go
We know a place where no ships go
No cars Go
Where we know
We know a place where no spaceships go
We know a place where no subs go
No cars Go
Where we know
Us kids know
Between the click of the light
and the start of a dream
."

Cada um de nós sente as coisas de maneira diferente. Neste momento só consigo exprimir o que escrevi, pois ainda tenho bem vivo, dentro de mim, cada momento sentido em Paredes de Coura. É como um ovo, primeiro tem que ser aquecido e guardado com muito cuidado, pois é frágil e pode-se partir. Tem que se esperar pelo momento exacto.

Serei(a)

2 comentários:

eu já sou incógnita disse...

quase chorei ... muito bem valeu a espera

amo ser incógnita disse...

muito bom, a partir de agora estamos sempre a espera deste nivel, nao podes desapontar os fans. BRAVO!